Para Ana Moura, a música foi sempre alimento para prover o coração - história familiar onde todos se embalavam em felizes cantorias. Nascida no Ribatejo, Ana Moura adolesceu em Carcavelos.
O género pop-rock foi experiência na banda Sexto Sentido; no entanto, a paixão pelo fado era tanta que o reportório do seu projecto musical de covers incluía, invariavelmente, “Povo que Lavas no Rio”.
O destino - a razão! -, edifica rapidamente o caminho que a leva ao Senhor Vinho, casa afamada de Maria da Fé.
Ana Moura começa a crescer no pasmo dos amantes de fado e a agigantar arte e natureza fadistas nas noites longas de guitarradas e canções. Miguel Esteves Cardoso escreve sobre ela, Tozé Brito convida-a para a gravação de um
primeiro disco.
Foi há uma década que a estreia discográfica de Ana Moura se deu. Com a companhia privilegiada e dedicada de Jorge Fernando - tem sido assim ao longo dos anos – grava, “Guarda-me a Vida na Mão” (2003).
Em 9 anos lança mais 5 discos, tornando-se num fenómeno reconhecido pelos pares e pelo mundo todo que a recebe nas melhores salas internacionais.
Em Portugal é uma das artistas com mais sucesso nas vendas, e ao vivo abarrota os coliseus e todos os outros palcos por onde encanta ao passar.
Nesta viagem vertiginosa de uma carreira admirável, há os capítulos por quase todos sabidos: canta com ícones da pop mundial como os Rolling Stones, Prince, Gilberto Gil e outros.
Estes episódios incrivelmente surpreendentes e que nos orgulham, são fruto de uma voz única, capaz de cantar a tradição e poesia do fado “antigo”, mas também, de transportar a contemporaneidade para a canção.
Em 2012 voltou com o seu 7º disco (5º de originais), “Desfado”.
Como sempre, convoca para as composições nomes de incontestável qualidade, sem temer a juventude de muitos dos intervenientes.
Com a colaboração de Larry Klein, excelso produtor de nomes colossos como Joni Mitchell, Tracy Chapman ou Madeleine Peyroux, “Desfado” vive do novo a abraçar o clássico, e os fados nascem da pena de Márcia, Luísa Sobral, António Zambujo, Aldina Duarte, entre outros.
Recebido com aclamação pela crítica e pelo público, a fadista tem apresentado a sua última obra por todo o país e, como não, no estrangeiro.
Ana Moura, uma das maiores representantes do fado, não poderia deixar de estar presente na primeira edição do Caixa Alfama.